Passamos o dia na Praia do Rosa, a Cat, a Pri e eu. Ficamos
muito em dúvida se montaríamos nosso QG no Rosa Norte ou Rosa Sul, cantos
opostos, ondas outras. Pedimos informações para o rapazinho da vendinha onde
paramos para comprar protetores solares e, sem tirar o olho dos peitos da Cat,
ele gaguejou que o swell estava rolando no Sul. Como agradecimento pela dica, a
safadinha da Cat fingiu arrumar o biquíni e deixou transparecer o bico
delicioso do seio. O rapaz ficou feito estátua, hipnotizado, segurando nossas
compras. “Es-tá-tá-tá aqui”, nos entregou. Tinha um sotaque ligeirinho e me deu
vontade de adotá-lo por uma noite, só pra ver se era rápido também noutros
quesitos. Mas a noite estava longe, melhor focar no dia que estava apenas
começando.
Nem 10h da manhã e a praia já cheia. Difícil encontrar um
pico legal para estendermos as cangas - um lugar que ficasse afastado do
burburinho, mas com ampla vista do mar e amplamente à vista da elevada varanda
do bar do Pirata, com suas mesas repletas de possibilidades. Nós três com uma
bruta vontade de almoçar surfistas, mas estendemos a farra de ontem mais do que
o previsto e acabamos nos atrasando para a pescaria: àquela hora tardia os
peixões saudáveis e mais interessantes já tinham encerrado a caída e só
voltariam no fim da tarde. Felizmente alguns deles ficaram por ali, circulando
do bar para a areia, da areia para o mar, do mar para as nossas redes.
Achamos um pedaço ideal, nem tão isolado, nem tão promíscuo.
Eu sei que corpos malhados e definidos, sobretudo femininos com cinturinhas
finas e ancas largas, bundas durinhas e coxas firmes, barriguinhas lisinhas e
seios volumosos, peles bronzeadas e longos cabelos brilhantes chamam a atenção,
principalmente quando essas qualidades se encontram em uma só mulher. Imagine
em três! Sem modéstia, éramos um trio de sereias esparramadas na praia, a
Catarina loiríssima, a Priscila morena e eu numa versão castanho claro. Em vez
de cantar, sorríamos em todas as direções da Rosa dos Ventos. Em vez de
marujos, surfistas se afogavam de tesão, inebriados nas manobras radicais que
nossas curvas convidativas traçavam na areia.
O primeiro a se aproximar chamava-se Charles. Era carioca e
estava com um grupo animado de maravilhosos a poucos metros da gente. Jogavam
futevôlei e, olha só, a bola sem querer veio para o nosso lado. Rimos. A Pri
levantou e, num passe profissional, mandou a bola de volta. Aproveitou para
tirar a areia da panturrilha, dando aquela arrebitada básica no traseiro
voltado inteirinho para eles, arrumou o biquíni, mexeu no cabelo. De óculos
escuros, eu e a Cat apreciávamos o efeito mágico causado na cariocada. Eles
quicavam feito gotas d´água em panela de óleo fervente. Começaram a se cutucar
e rir ansiosos, e tudo o que conseguíamos escutar era algo como: “Mérrrmão!!”.
Não demorou muito, a bola estava novamente do nosso lado.
Dessa vez foi a Cat quem devolveu e aproveitou para me pedir para passar
protetor nela. Com prazer e um sorrisinho malicioso, entendi a deliciosa ideia
da minha amiga. Comecei a passar em suas costas, espalhando bem. Pedi para ela
levantar o cabelo e esfreguei e massageei o seu pescoço. Encostei meus peitos.
Ela deu uma amolecida e um sorriso de quem estava gostando. Coloquei mais creme
nas mãos. Num impulso, enlacei-a por trás e comecei a apalpar seus seios
gostosos, sob o biquíni. Sim, sim, ali mesmo, no meio da praia. Foi
irresistível. Você acha ousado porque nunca teve a chance de agarrar os seios
da Cat. Eles são durinhos e macios ao mesmo tempo, têm bicos pontudos e tesudos
de ficar apertando e são como ímãs, grudam na mão da gente num encaixe perfeito
e, ah, como ela goza. “Mérrrmão!! Mérrrmão!!”, ouvi. Mas não era a Cat gozando.
Eram nossos amigos cariocas.
Três deles vieram rapidinho buscar a terceira bola que caiu
em nosso território. Era quase um séquito de beldades a nos cortejar. A Pri
confiscou a pelota e disse com a perturbadora voz rouca que só ela possui, que
só devolvia se dois deles passassem bronzeador nela. Os caras não acreditaram:
“Mérrrmão!!”. Mas os olhos verdes da Pri estavam falando seríssimo. Estendeu o
bronzeador e foi uma cena hilária: os três pularam em cima da embalagem, se
engalfinhando como gladiadores. Homens odeiam passar filtro solar em si mesmos,
mas adoram esfregar o que quer que seja no corpo de uma mulher. E é claro que
capitalizamos essa informação a nosso favor.
No meio do esfrega-esfrega - você tem dúvida de que a coisa
toda virou uma grande pseudo suruba? - alguém sugeriu entrarmos na água.
Volumes pra lá de impressionantes pressionavam sungas, a calcinha do meu
biquíni roçava minhas vontades e atiçava meu incontrolável tesão: estava louca
para ser preenchida logo por um daqueles grossos falos quentes, um daqueles
ferros em brasa que ali, sem pudores, num arroubo de volúpia entre uma
esfregada de creme e uma dedada mais ousada, eu tive o despeito de apertar.
Caímos todos na água. Amarrei a minha parte de baixo na parte
de cima, pra facilitar. A Pri e a Cat fizeram o mesmo. O bom dessa vida é a
diversidade do ecossistema. Nunca tinha visto braços-polvo e bocas-ventosas e
barbas-escamas e ferrões-fálicos e línguas-esponjas, tudo assim, tão de
pertinho. Nunca tinha visto cavalos-marinhos tão gostosos de cavalgar.
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